Sim, eu te amei.
Cada segundo, cada minuto, cada hora, de cada dia. Até quando eu não queria
amar, eu amei. Até quando você me deu motivo para eu não amar, eu amei. Até
quando você não mereceu, eu amei. Até quando você quebrou meu coração daquele
jeito, eu amei. Até quando eu gritei, xinguei, chorei, eu amei. Até quando você
fechou a porta e só deu sinais vitais no outro dia, eu amei. Até quando você
estava trocando mensagens engraçadinhas com seus amigos no Whatsapp enquanto eu
estava entediadamente assistindo a novela das nove, eu amei. Até agora,
escrevendo isso, eu ainda amo, acredita? Pois é, não é fácil entender, nem eu
entendo.
A gente era tipo casal de filme, tudo era muito bom entre a gente. O papo,
os programas, o sexo. Até ficar em silêncio, sem fazer nada, com você era bom.
Dava pra jogar um perfeito nessa história. E aí...não sei. Sério, eu realmente
não sei. Confesso que há dias venho repassando tudo na minha cabeça, desde o
primeiro encontro até aqui, e realmente não consigo entender como, onde e
porquê chegamos a esse ponto. Eu era tão feliz ao seu lado, juro, eu era a
garota mais feliz, pelo ao menos era assim que eu me sentia, era assim que você
me fazia sentir. Vivemos intensamente a fase de paixão do nosso relacionamento.
Daí, deixamos o tempo passar, não cultivamos e está aqui o resultado:
morreu.
Lembro aquela vez que você rompeu comigo. Você disse que eu te sufocava, que
eu cobrava muito de você. Espero que você se lembre disso agora: aquilo que
você chamava de cobrança, sufoco, era eu tentando te alertar que um amor só
resiste ao tempo se for cultivado. Do contrário, o nosso "querido" ainimigo desgaste chega e se familiariza, e aí
meu filho, pra mandar ele embora só tem uma solução: tchau e bença.
Pois é, eu sei que é chato dizer, mas eu te avisei. E te avisei muitas
vezes, tantas que até embora você foi. E agora, depois de tentar viver
novamente ao lado de uma pessoa que não está nem aí para o que eu sinto, penso
e digo, só posso te dizer uma coisa: hoje sou eu que não mais te quero.