sexta-feira, 24 de abril de 2015

Quando parei de falar comigo




Meu hobbie da vida sempre foi e sempre vai ser escrever. Em vários momentos da minha vida, quando me sentia feliz ou triste, o papel foi o meu maior ouvinte. Desenvolvi uma relação com a caneta e o papel tão grande, que apesar de ter um notebook como companheiro, sempre recorro a velha e aliada celulose. Mas independente do lugar, tanto que tenho e já tive muitos blogs, escrever é como uma terapia. É como se eu escrevesse uma carta para mim, com a intenção de tornar aquela situação mais clara.

Não acho que tenho o dom de escrever. Muitas vezes as ideias não vem à mente como mágica. Mas organizar as palavras de uma forma que faça sentido pra mim e para quem vai ler, nisso sim me esforço e procuro fazer da forma mais honesta.

Mas passei por um momento na vida que fazer isto, organizar ideias e trazer toda a inspiração para as palavras, se tornou difícil pra mim. Não sei dizer exatamente o porquê. Acho até que os momentos mais intensos proporcionam os textos e crônicas mais bonitos e interessantes de se ler, até por ver quais são os posts mais visitados aqui. Mas desta vez não foi assim pra mim. Foi como se eu não conseguisse transcrever aquilo que eu estava sentindo, e essa foi a primeira vez que isso aconteceu comigo. 

E posso dizer com toda propriedade, é muito estranho.

Você está cheio de ideias, cheio de palavras, cheio de inspiração...Mas não sai nada. É uma introversão tão grande, que literalmente você se isola de si mesmo. Porque como disse, escrever, pra mim, não é nada mais do que conversar comigo. Então esse era meu drama. 

Acho que tentei negar muita coisa, evitei uma DR interna por medo do que eu iria escutar. Ou melhor, ler. E medo, quase sempre está acompanhado de coisas ruins e quase nunca de boa escrita. 

Para que fique bem claro: ainda não me recuperei.

Mas estou no processo. Aliás, em um grande processo. Estou me redescobrindo como pessoa, e a gente bem sabe como essas coisas fazem a gente ficar introspectivo. Mas quero compartilhar esse momento aqui, acho que vale a pena, está sendo algo muito intenso pra mim. 

Uma redescoberta a essa altura significa muito pra mim. Muita coisa mudou aqui dentro.

Afinal, os 25 servem para isso né. 

É a transição dos 20 para os 30. Nada fácil.

Boa sorte pra mim, espero que me acompanhem nessa jornada.